Você acha que 2015 foi um bom ano?
Ok! Eu sei que 2015 ainda não acabou e como diriam os mais antigos: “muita água ainda pode passar embaixo da ponte.” Mas é certo que o fim do ano já está bem próximo e este é o momento propício para analisar a atuação da área imobiliária e, sobretudo, avaliar o que podemos esperar para 2016, a fim de nos prepararmos melhor para novas oportunidades.
Embora toda a burocracia e a alta de juros do financiamento tenham influenciado consideravelmente para um cenário mais pessimista, assim como a crise que assustou a todos, acredito que este ano fecharemos com um saldo positivo.
Venho defendendo há bastante tempo que não devemos nos intimidar diante de discursos vazios que só pregam o pessimismo e contribuem para o conformismo. Não nego que em 2015 estivemos diante de uma situação delicada, tanto em níveis políticos como econômicos.
Porém, também não posso desconsiderar que mesmo diante dessa realidade, diversos e importantes negócios imobiliários estão sendo fechados diariamente em todo país, (…)
É por isso que acredito que este ano fechará com resultados positivos e avalio que as expectativas para o ano que vem são as melhores! Afinal, a crise só existe para quem está despreparado. As oportunidades existem para todos que pretendem comprar um imóvel ou terreno, mas para isso são necessários planejamento e disciplina.
Observo atentamente os movimentos do mercado e quero compartilhar agora um pouco do que aconteceu em 2015 e o que podemos esperar para 2016. (…)
Primeiro semestre 2015 do Mercado Imobiliário
No primeiro semestre deste ano, ficou evidente o pessimismo de inúmeras empresas da área da construção quanto à forte restrição de crédito bancário, ao aumento da inflação e à retração da atividade do mercado imobiliário. Segundo o Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil), tudo isso se deu por conta dos cortes no orçamento da União para o PAC – Programa de Aceleração do Crescimento – e o Minha Casa, Minha Vida do Governo Federal para o acesso da população às casas populares. No total, foram bloqueados mais de R$ 31 bilhões para o setor da Construção Civil no país. Quem não ficaria assustado?
Em diversas manchetes de jornais houve a referência de que este foi o pior momento do nosso setor nos últimos 16 anos. Mas, nisso tudo, a crise econômica me ensinou algo extremamente importante: é preciso ver uma oportunidade sempre onde tiver uma dificuldade.
Foi pensando nisso que as construtoras se apoiaram, pois, enquanto bancos como a Caixa Econômica Federal passaram a barrar os créditos por meio do financiamento, as empresas do setor aproveitaram o momento para solucionar o problema.
O que elas fizeram? Em vez de apoiar o desaquecimento do mercado, possibilitaram as condições de pagamento dos imóveis, chegando a investir – junto com o cliente – no valor do financiamento.
Foi o caso, por exemplo, da PDG – a maior empresa do setor imobiliário da América Latina. Caso o cliente não conseguisse a aprovação do banco por falta de renda na entrega das chaves, ao adquirir um imóvel na planta, a empresa devolvia as parcelas pagas durante a construção do imóvel. Sério isso? Sim!
Bastava apenas que os clientes mantivessem a adimplência com as parcelas e aguardassem dois meses após o término do contrato com a construtora para receber o benefício. Além disso, cada cliente que não recebesse 80% do crédito equivalente ao valor do imóvel, a PDG se propunha a financiar em três anos a diferença para que o cliente garantisse a compra do imóvel. A campanha da construtora foi realizada em 69 empreendimentos pelo país para a compra de imóveis comerciais e residenciais.
E o que isso significa?
Diante de um mercado em retração, o setor de imóveis precisou se adaptar, buscar novas saídas para estimular o consumo. Portanto, momentos delicados exigem práticas diferenciadas, inusitadas e planejadas. É nisso que os profissionais do setor devem focar para ter mais sucesso. Isso é o que chamo de quebrar as regras!!!
Segundo semestre de 2015 do Mercado Imobiliário
Só no segundo semestre de 2015, o Governo Federal anunciou duas medidas que visavam estimular novos negócios imobiliários.
Na primeira medida anunciada, o Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) estabeleceu novos limites de preços para os imóveis da terceira etapa do programa Minha Casa Minha Vida.
O preço máximo dos imóveis do programa, nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, passou de R$ 190 mil para R$ 225 mil. Nas regiões metropolitanas do Centro-Oeste, Norte e Nordeste, o valor máximo passou a ser de R$ 180 mil. Nas regiões metropolitanas do Sul e dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, passou para R$ 200 mil. Já para os municípios abaixo de 20 mil habitantes, o teto passa a ser de R$ 90 mil.
Já na segunda medida, o Conselho Nacional Monetário definiu mudanças na regulação que reduz o risco de operações de crédito do sistema financeiro e diminuiu a parcela que os bancos privados são obrigados a deixar parada em caixa para cumprir os requerimentos mínimos de capital nos financiamentos de imóveis de maior valor.
Antes dessa decisão, os bancos que financiavam pelo menos 80% do valor do imóvel nas operações de menor valor, conhecidas como varejo, eram obrigados a deixar 75% do empréstimo parado no caixa. Já nas operações mais caras, essa exigência subia para 100% do valor.
Com isso, até o comprador terminar de pagar o empréstimo, o banco não podia mexer no dinheiro. Mas com a mudança, o Banco Central autorizou que o banco deixe apenas 35% do total do imóvel parado a partir do momento em que o cliente começar a pagar as parcelas e estiver devendo 80% do imóvel. Isso, na prática significa que os bancos terão mais dinheiro em caixa para disponibilizar novos financiamentos e beneficiar um número maior de pessoas. (…)
Guilherme Machado Corretor de Imóveis QR